Assim te vejo querência
Gustavo teixeiraPedra, tijolo e capim,
Da sanguita da cruzada,
E dos passos de guri,
Ronda de tropa e sestiada,
Do cheiro de alecrim,
Dos olhos amorenados,
Onde no mais me perdi.
Do feitiço da porteira,
Tranca, retranca, cambuim,
Porque a porteira é chegada,
Da invernada até ali,
Depois nos leva pra casa,
Caminito que é assim,
Traz cheiro da velha cozinha
E perfume de jasmim.
Potreiro frente ao galpão,
Descanso do dia a dia,
Banhadito musiqueiro,
E o canto da saparia,
Entreveram caponetes,
Abrigos pras invernias,
Gestação das pitangueiras,
Tarumãs e curunilhas.
Campo do fundo que traz,
Berro de touro matreiro
O sentido da vacagem
Que se apartou dos terneiros,
Noite cheia de assombros,
Do negro do pastoreio,
Nos devolve a cavalhada
Lá num canto do potreiro.
Querência pra mim é assim,
Condição de pasto e chão
Oração de picumã,
No oratório do galpão,
Silêncio de paz morena
Domingueando no rincão
Verde de olhar que derrama,
Que alimenta o coração.